quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quanto não te doeu acostumar-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem,
a meu nome que todos afugentam,
Tantas vezes vimos arder o luzeiro
beijando-nos os olhos e sobre nossas cabeças
destorcerem-se os crepúsculos em girantes abanos.
Sobre ti as minhas palavras chovem carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer a dona do universo.
Trar-te-ei das montanhas flores alegres,
copihues, avelãs escuras e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas.

Pablo Neruda 

Nenhum comentário:

Postar um comentário