quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Você é o tipo de pessoa que faz as coisas desandarem, que provoca a fúria das coisas. Você é o tipo de pessoa que descoisifica qualquer coisa. Alguém assim não pode ser coisa boa.

Cato Alberico Ribeiro 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quanto não te doeu acostumar-te a mim,
à minha alma solitária e selvagem,
a meu nome que todos afugentam,
Tantas vezes vimos arder o luzeiro
beijando-nos os olhos e sobre nossas cabeças
destorcerem-se os crepúsculos em girantes abanos.
Sobre ti as minhas palavras chovem carícias.
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado.
Chego a te crer a dona do universo.
Trar-te-ei das montanhas flores alegres,
copihues, avelãs escuras e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas.

Pablo Neruda 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Como a maior parte dos humanoides, carrego o fardo daquilo que os budistas chamam de "mente de macaco" - pensamentos que pulam de galho em galho, parando apenas para se coçar, cuspir e guinchar.

Elizabeth Gilbert, Comer, rezar, amar.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dexter sentiu Emma rindo contra seu peito e naquele momento percebeu que não havia nada melhor na vida do que fazer Emma Morley dar risada.

David Nichols, Um Dia

domingo, 5 de agosto de 2012

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta

Irmão das coisas fugidas,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me disfarço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Mireles

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Desde que comecei a escrever essa carta eu já bebi (tomei? Entornei?) mais duas cervejas, então estou pronto para dizer isso agora. Lá vai, Em, nós nos conhecemos há uns cinco ou seis anos, mas só há dois anos somos, bem, "amigos", o que não é tanto tempo assim mas acho que sei um pouco sobre você e entendo qual é o seu problema. E fique sabendo que só tirei 2,2 em antropologia, por isso sei do que estou falando. Se não quiser conhecer a minha teoria, pare de ler agora.
Ótimo. Então vamos lá. Acho que você tem medo de ser feliz, Emma. Parece que pensa que o caminho natural das coisas na sua vida é ser triste, sombria e macambúzia, e odiar seu emprego, odiar o lugar onde mora e não ter sucesso nem dinheiro, e Deus a livre de um namorado (e uma pequena digressão aqui: esse negócio de não se achar bonita está ficando chato, vou te dizer). Na verdade vou mais longe: acho que você gosta de se sentir frustrada e ter menos do que queria ter, porque isso é mais fácil, não é? O fracasso e a infelicidade são mais fáceis, porque você pode fazer piada com isso. Está incomodada? Aposto que sim. Bem, estou só começando.
Em, eu detesto imaginar você naquele apartamento terrível no meio daqueles cheiros e barulhos estranhos, com aquelas lâmpadas no teto, ou naquela lavanderia, -aliás, não há razão nesses dias e nessa época para alguém usar uma lavanderia, não tem nada de bacana ou de politicamente correto em lavanderias, são apenas deprimentes. Sei não, Em, você é jovem e é uma garota genial, no entanto sua ideia de diversão é lavar roupa. Acho que você merece mais que isso. Você é inteligente, engraçada e legal (muito legal, se quer saber) e, de longe, a pessoa mais inteligente que eu conheço. E (a esta altura vou tomar mais uma cerveja... e respirar fundo) é também uma Mulher Muito Atraente. E (mais cerveja), sim, eu também quero dizer "sensual", embora me incomode um pouco escrever essa palavra. Mas não vou rabiscar só porque é politicamente incorreto dizer que alguém é "sensual", pois isso também é VERDADE. Você é linda, sua velha rabugenta, e se eu pudesse te dar só um presente para o resto da sua vida seria este. Confiança. Seria o presente da Confiança. Ou isso ou uma vela perfumada.

David Nicholls, Um Dia

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Porta aberta

Minha patologia creio eu, é das mais comuns. Sinto constantemente aquele frio da falta, aquele vento na nuca que sempre vem da porta aberta que nunca conseguimos fechar. É aquele aperto no peito que te sufoca de vez enquanto, não é sempre, é só quando a mente se esvazia um pouco. As vezes nessa onda de pensamentos, que são quase como enciclopédias jogadas aos montes em sua cabeça com o objetivo de serem decoradas para ontem, me perco no fio da meada. Eu sei como foi o começo de tudo, aquelas fotos amareladas me contam boa parte. Eu sei o meio, tenho total noção do que acontece ao meu redor, talvez não tanta com o que se sucede com a minha vida e talvez isso seja o meu "que me espera lá na frente?". Eu não tenho nada que me afirme o futuro. Talvez isso seja para muita gente um alivio, o saber, eu prefiro descobrir aos poucos, me anima a ideia de ter uma novidade, uma pista do meu "caça ao tesouro" da vida a cada ano que passa. Tenho, como muitos, vários planos, mais chamados de 'sonhos'. Com certeza não realizarei todos mas se alguns deles eu, por minhas pernas, conseguir fazer acontecer, já direi que a vida valeu a pena. Ela já vale cada inspirada agora, cada ventinho frio da porta aberta que entra em mim, que me renova. Minha patologia creio eu, é das mais comuns, é a incerteza, quando meu caminho se complica por minha culpa pois vejo que há várias belas vielas que eu poderia seguir. Talvez seja uma característica essa desconfiança da vida, se for, por favor tempo, não me mude, deixe essa porta sempre aberta para que o vento frio me agite eternamente, e que ela se feche só depois de eu encontrar a chave certa pelo caminho.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Quem dera eu

Para minha total infelicidade eu me encantei foi pela tua personalidade, pelas tuas músicas tão minhas, pelos teus livros tão bons, pelo teu gosto, teu jeito, pela mistura e o conjunto. Foi infelicidade minha, sim, pois quem dera eu ter me encantado só pelo teu sorriso perfeito, pelo teu jeito alegre, pela tua naturalidade ou teu cheiro. Quem dera eu. Se fosse uma escolha eu escolheria o test drive e me encantaria pelo teu conjunto de fora, eu só ouviria tua risada, me aconchegaria no teu abraço, te faria cafuné e se tudo isso me fizesse querer ficar eu encostaria meu ouvido no teu peito e ouviria teu coração, ele ia me dizer em que ritmo estamos, e se o meu estivesse na mesma batida eu ligaria o modo 'vai nessa garota' e começaria a te pedir um livro emprestado, aceitando uma dica de música, rindo das nossas bobagens, me aproximando com cautela. Quem dera eu ter essa escolha, esse cuidado não nos foi oferecido e talvez nosso tempo nos foi tirado. Acredito que reclamar dos rumos da sua trajetória é uma injustiça com seu futuro, ele depende disso, aprender a apreciar mesmo que as perdas é importante, imagine o que vira após, a melhor ocupação da mente é a imaginação.
Ocupada em observar as atenções do sr. Bingley para com a irmã, Elizabeth nem de longe suspeitava que começava a se tornar objeto de algum interesse aos olhos do amigo de Bingley. A principio, o sr. Darcy mal quis admirar que ela fosse bonita; no baile, olhara para ela sem qualquer admiração e, quando se encontraram pela segunda vez, olhou-a apenas para criticar. Mas, mal havia declarado, a si mesmo e aos amigos, não haver um só traço de beleza no rosto da moça, começou a achar que a bela expressão dos olhos escuros dava a ela um ar de excepcional inteligência. A essa descoberta sucederam-se algumas outras igualmente embaraçosas. Embora houvesse detectado, com olhar crítico, mais de uma falha na perfeita simetria de suas formas de moça, era forçado a admitir que sua silhueta era graciosa e agradável e, a despeito de ter declarado que suas maneiras não eram as de uma pessoa refinada, sentia-se atraído pela jovialidade de Elizabeth. De tudo isso ela não fazia ideia; para ela, ele era apenas o homem que não fazia questão de ser agradável e que não a considera atraente o bastante para ser tirada para dançar.

Jane Austen, Orgulho e Preconceito
Se quer saber minha opinião, nunca é tarde de mais ou, cedo demais pra ser quem quiser ser. Não há limite no tempo. Comece quando você quiser. Você pode mudar ou ficar como está. Não há regras pra esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa. espero que você encare de foma positiva. Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas que com um ponto de vista diferente. Espero que tenha uma vida na qual se orgulhe, e se você descobrir que não tem... Espero que tenha forças para conseguir começar novamente.

Benjamim Button 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Não deixe seu mundo parar

É sufocante, desesperador, de enlouquecer. É medo, é raiva, um pouco de tudo junto. No fim é só vontade, mas vontade além do normal, é querer abrir as asas e desaparecer por ai, pousar em um lugar onde eu só saiba quem sou eu, e descobrir no fim quem realmente sou eu. É sentar e fechar os olhos, pensar de mais até o limite de saturação. Até onde você aguenta? Você sabe se tem controle de você?
Sua face aparenta a calma que seu coração não possui e você sustenta isso por tempo demais e se assusta quando sua energia de metamorfismo se esvai. Você é um ser sentimental demais para arcar com a falta de zelo que o mundo tem com você, mas é muito cabeça dura para admitir que precisa que alguém que olhe por ti e acaba fazendo de conta que isso não o atinge.
É a hora de se renovar, o que ficou no passado tem vários motivos para continuar lá e você mais motivos ainda para lutar por aquele futuro que vive sonhando. Corre menina, não deixe de sonhar que os sonhos são o combustível da vida e se desistir disso seu mundo irá parar. Não deixe seu mundo parar.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Omne ignotum pro magnifico - O que é desconhecido soa magnifico.
L'homme c'est rien, l'ouvre c'est tout - O homem não é nada, a obra é tudo.

Sir Arthur Conan  Doyle, A Liga dos Cabeça-Vermelha
- E como sabe disso?
- Eu vejo, eu deduzo. Como é que sei que você se molhou todo recentemente, e que tem uma criada bastante desajeitada e descuidada?
- Meu querido Holmes - disse eu -,isto é demais. Você certamente teria sido queimado na fogueira se vivesse há alguns séculos. É verdade que fiz uma caminhada no campo na quinta-feira e que voltei para casa terrivelmente sujo.Mas como mudei minhas roupas,não consigo imaginar como você fez essa dedução. Sobre Mary Jane, ela é incorrigível, e minha esposa já a despediu. E, nesse ponto, outra vez falho ao tentar compreender como descobriu isso.
Ele riu sozinho e esfregou suas longas e nervosas mãos.
- É muito simples - disse -, meus olhos me dizem que no lado interno do seu sapato esquerdo, justamente onde a luz do fogo da lareira se projeta, o couro está arranhado por seis cortes praticamente paralelos. Foram obviamente causados por alguém que muito descuidadamente raspou as laterias da sola para remover lama incrustada.Por isso veja você, cheguei à dupla dedução de que você andou na rua sob um tempo terrível e de que tinha um exemplar particularmente ruim de criadagem destruidora de sapatos londrina. (...)
Eu não podia evitar o riso diante da facilidade com que ele explicou o seu processo de dedução:
- Quando ouço suas fundamentações - falei -, a coisa sempre parece tão ridiculamente simples que eu mesmo poderia fazer tais deduções,embora a cada passo do seu raciocínio eu fique desconcertado até que você o explique por inteiro. E assim mesmo ainda acredito que os meus olhos são tão bons quanto os seus.
- Exatamente - ele respondeu, ascendendo um cigarro e jogando-se em uma poltrona - Você vê,mas não observa. A diferença é clara. Por exemplo, você viu muitas vezes os degraus que vêm do hall até este quarto.
- Muitas.
- Quantas?
- Bem, algumas centenas de vezes.
- E quantos eles são?
- Quantos? Não sei.
- Exatamente. Você não os observou. E, mesmo assim, você os viu. Essa é justamente a questão, sei que há dezessete degraus porque já fiz as duas coisas: vi e observei. (...)

Sir Arthur Conan Doyle, As melhores histórias de Sherlock Holmes

terça-feira, 19 de junho de 2012

É melhor conquistar a si mesmo
Do que vencer mil batalhas.
Então, a vitória é sua.
Livre do medo e apego,
Conheça a doce alegria do caminho.
O tolo ri da generosidade.
O avarento não pode entrar no céu.
Mas o mestre encontra alegria em dar
E a felicidade é a sua recompensa.
Seja rápido para fazer o bem
Se você é lento. Afasta-se do mal.
Antes que a tristeza recaia sobre você.
Defina o seu coração a fazer o bem.
Deixe de lado a raiva.
Deixe de lado o orgulho.
O sábio domina
Palavra, corpo e mente.
Siddhartha Gautam Buddha 

domingo, 17 de junho de 2012

Oração Celta.

Amanheço hoje
Com as forças do céu
A luz do sol
O esplendor do fogo
O resplendor das chamas
A velocidade do vento
A rapidez do raio
A firmeza da rocha
A estabilidade da terra
A profundidade do mar

Amanheço hoje
Pela força secreta e
Divina que me guia

Que assim seja
E que assim se faça.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

"You've got to find what you love. And that is as true for your work as it is for your lovers. Your work is going to fill a large part of you life, and the only way to be truly satisfied is to do what you believe is great work. And the only way to do great work is to love what you do. If you haven't found yet, keep looking. Don't settle. As with all matters of the heart, you'll know when you find it. And, like any great relationship, it just gets better and better as the years roll on. So keep looking until you find it. Don't settle."

Steve Jobs, Stanford Commencent Speech in 2005.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Carnaval.

"Ah, é só mais uma data comemorativa pro comércio lucrar..." Pode até ser, não discordo desse ponto de vista, olhando pelo lado que em todo o mundo o 'dia dos namorados' é comemorado em fevereiro e aqui, no nosso doce e indisciplinado Brasil, esta data foi movida para junho já que tem o carnavzzzZZZ... É, a bela desculpa, seguida da costumeira satisfação. Na minha humilde opinião, vocês deviam parar de ser um bando de invejosos. Se todo mundo tivesse um 'amor, 'mô', 'amorzinho', 'querido' e por ai vai, não estaria perdendo tempo em reclamar e sim indo aproveitar esse dia reservado pra cada casal comemorar a sua felicidade juntos. Tudo bem que as vezes eu confirmo que deixei meu lado romântico na placenta quando nasci, mas eu, até eu, não acho tão crime ter lá seus momentos de gato gago (mimimi, a propósito descobri uma pessoa que não sabia dessa), se você tem alguém com quem rir das coisas mais estúpidas, e o melhor, não se sentir estúpido, se joga mesmo. No dia da árvore muita gente se mobiliza em plantar uma mudinha, acho lindo. Um ano depois nessa mesma data eles vão lá e plantam outra. Mas nesse intervalo cada um teve que regar e cuidar da sua mudinha do ano anterior, um ano cuidando e ainda de pé. O dia dos namorados é um mísero dia pra se comemorar uma felicidade sem cálculo, você passa o ano cuidando e se equilibrando sobre sua inconstância e a do amado, hoje é o dia do break, passa a borracha pelo menos hoje, vai la e faça um mimo, e comemore do jeito mais nhe nhe nhe que tiver, só não caia na ladainha com a desculpa de não dar mais investimento ao comércio bla bla bla. SE AMEM MAIS GALERA.
Au revoir

segunda-feira, 11 de junho de 2012

‎"Nada acontece duas vezes da mesma maneira." 
Clive Staples Lewis, As Crônicas de Nárnia

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sim, minha amada,
Nosso mundo está sangrando
De mais dor do que somente a dor do amor.

Faiz Ahmend Faiz, O amor que um dia lhe dei
- Ó Belo Povo, isto é boa sorte além do que esperava - disse Pippin. Sam estava mudo. - Agradeço-lhe muito, Gildor Inglorion - disse Frodo, fazendo uma reverência. - Elen Síla Lúmenn' omentielvo, uma estrela brilha sobre a hora do nosso encontro - acrescentou ele, na língua dos Altos-elfos.

                                                                       J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel.
- Sinto muito - disse Frodo. - Mas estou com medo; e não sinto nenhuma pena de Gollum.
- Você não o viu - Gandalf interrompeu.
- Não vi e não quero ver - disse Frodo. - Não consigo entender você. Quer dizer que você e os elfos deixaram-no viver depois de todas as coisas horríveis que fez? Agora, de qualquer modo, ele é tão mau quanto um orc, e um inimigo. Merece a morte.
- Merece! Ouso dizer que sim. Muitos que vivem merecem a morte. E alguns que morrem merecem viver. Você pode dar-lhes vida? Então não seja ávido para julgar e condenar alguém a morte. Pois mesmo os muito sábios não conseguem ver os dois lados. Não tenho muita esperança de que Gollum possa se curar antes de morrer, mas existe uma chance. E ele está ligado ao destino do Anel. Meu coração me diz que ele tem ainda algum tipo de função a desempenhar,para o bem ou para o mal, antes do fim; e quando a hora chegar, a pena de Bilbo pode governar o destino de muitos - e o seu também. De qualquer forma não o matamos: está muito velho e infeliz. Os elfos da Floresta mantêm preso,mas o tratam com toda a gentileza que têm em seus sábios corações.

J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Uma história, um romance, um conto - essas coisas assemelham-se a seres vivos, e talvez o sejam de fato. Elas têm sua cabeça, suas pernas, sua circulação sanguínea e sua roupa, como pessoas de verdade

Erich Kästner, Emil e os detetives
Mo abriu o livro que estava em seu colo e começou a folhá-lo com o cenho franzido, como se procurasse em suas páginas o ouro que deveria extrair para Capricórnio.
- Cockerell, se alguém der um pio enquanto Língua Encantada estiver lendo, corte a língua do infeliz! - disse Capricórnio.
Cockerell tirou uma faca do cinto e olhou para a fileira de homens como se já procurasse a primeira vítima. Um silêncio sepulcral espalhou-se pela igreja pintada de vermelho, um silêncio tão grande que Meggie pensou ouvir Basta respirar atrás dela. Mas talvez fosse apenas seu próprio medo.
Os homens de Capricórnio, a jugar por seus rostos, também pareciam não estar se sentindo confortáveis na própria pele. Eles olhavam para Mo com um misto de hostilidade e temor. Meggie conseguia entender isso tranquilamente. Talvez fosse um deles o próximo a desaparecer no livro que Mo folheava tão indeciso. Será que Capricórnio havia lhes contado que isso podia acontecer? Será que ele próprio sabia? E se acontecesse o que Mo temia: que ela própria desaparecesse? Ou Elinor?
- Meggie! - ele sussurrou, como se tivesse ouvido seus pensamentos - Segure firme em mim, de algum jeito, está bem?
Meggie fez que sim e agarrou-se em seu pulôver com uma mão. Como se isso adiantasse!
- Acho que encontrei a passagem certa - disse Mo rompendo o silêncio.
Ele lançou um último olhar para Capricórnio, olhou mais uma vez para Elinor, deu um pigarro...e começou.

Tudo desapareceu. As paredes vermelhas da igreja, os rostos dos homens de Capricórnio e o próprio Capricórnio em sua cadeira. Havia apenas a voz de Mo e as imagens que as letras iam formando como um tapete num tear. Se fosse possível Meggie odiar Capricórnio ainda mais, ela teria odiado naquele momento. Afinal, ele era o único culpado pelo fato de Mo não ter lido para ela uma só vez em todos aqueles anos. Quantas coisas ele poderia tê-la feito ver com sua voz, que dava outro sabor a cada palavra e uma nova melodia a cada frase! O próprio Cockereell parecia ter se esquecido de sua faca e das línguas que deveria cortar, e escutava com atenção e de olhar ausente. Nariz Chato fitava o ar arrebatado, como se um navio pirata com as velas infladass viesse singrando diretamente por uma das janelas da igreja. Todos estavam calados.
Não se ouvia um som além da voz de Mo, que dava vida a letras e palavras.
Apenas uma pessoa parecia imune ao encanto. Com um ar inexpressivo, os olhos pálidos voltados para Mo, Capricórnio continuava sentado e esperava: pelo tilintar de moedas em meio aos sons harmoniosos das palavras, por pesados baús de madeira úmida, cheios de ouro e prata.
Mo não o fez esperar muito. Enquanto lia o que Jim Hawkins, o garoto que era só um pouco mais velho que Meggie, vira numa caverna escura durante suas terríveis aventuras, aconteceu:


Moedas de ouro, cunhadas com a efígie do rei George ou de um dos Luíses, dobrões, guinéus, moidores e cequins, as efíges de todos os reis da Europa no decorrer dos últimos cem anos, estranhas peças orientais, cujas inscrições pareciam um emaranhado de fios ou um pedaço de uma teia de aranha, moedas redondas, quadradas, moedas perfuradas no meio, como se houvessem sido usadas penduradas no pescoço - toda sorte de ouro cunhado parecia ter seu lugar naquela coleção, e eram tantas peças quantas as folhas do outono, de forma que tive dores nas costas de tanto que precisei me curvar, e meus dedos doíam de separá-las.


As criadas ainda estavam limpando as últimas migalhas das mesas quando de repente as moedas começaram a cair sobre a madeira lustrosa. As mulheres recuaram assustadas, soltaram os panos de limpeza e puseram as mãos na boca, enquanto as moedas pululavam aos seus pés, moedas douradas, prateadas, cor de cobre, repicavam no chão de pedra, amontoavam-se tilintantes sob bancos, mais e mais moedas. Algumas rolaram até o pé da escada. Os homens de Capricórnio levantaram-se sobressaltados, curvaram-se para pegar as pecinhas cintilantes que batiam em suas botas... e recolheram as mãos novamente. Nenhum deles ousou tocar no dinheiro enfeitiçado. Sim, o que era aquilo senão ouro feito de papel e tinta preta e do som de um voz humana?

Cornelia Funke, Coração de Tinta

quarta-feira, 30 de maio de 2012

De repente, havia um garoto no meio dos toneis ainda fumegantes onde Capricórnio mandara incendiar os livros. Meggie foi a única que o notou. Todos os outros estavam absortos demais na história. O próprio Mo não percebeu, estava longe, em algum lugar entre a areia e o vento, enquanto os seus olhos tateavam no labirinto de letras.
O garoto deveria ser tres ou quatro anos mais velho que Meggie. O tubante em sua cabeça estava sujo, e os olhos no rosto moreno estavam escuros de medo. Ele esfregou-os como que para apagar a imagem falsa, o lugar falso que tinha diante de si. Olhou ao seu redor na igreja vazia, como se nunca tivesse visto uma edificação como aquela. E como poderia? Em sua história certamente não havia igrejas de torres pontudas nem colinas verdejantes como as que esperavam por ele lá fora. O traje, que lhe chegava quase até os pés, era azul e brilhava como um pedaço do céu.
"O que vai acontecer se eles o virem?", pensou Meggie. "Certamente ele não é o que Capricórnio estava esperando".
Mas nesse momento Capricórnio também já o havia notado.
- Espere! - ele gritou tão alto que Mo interrompeu a frase no meio e ergueu a cabeça.
De forma brusca e um tanto contrafeitos, os homens de Capricórnio voltaram à realidade. Cockerell foi o primeiro a se pôr de pé.
- Ei, de onde é que ele veio? - rosnou.
O jovem abaixou-se, olhou em volta o rosto paralisado pelo medo e saiu correndo em zigue-zague como um coelho. Mas não foi muito longe. Imediatamente, três homens correram atrás dele e o apanharam ao pé da estátua de Capricórnio.
 Mo pôs o livro no chão ao seu lado e cobriu o rosto com as mãos.
- Ei! Fulvio sumiu! - exclamou um dos homens de Capricórnio. - Ele simplesmente evaporou.
Todos olharam para Mo. O medo estava de volta no rosto deles, só que dessa vez não se tingia apenas de admiração, mas também de cólera.
- Leve o garoto embora, Língua Encantada - ordenou, irritado. - Iguais ele já tenho mais do que o suficiente. E traga-me Fulvio de volta.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

"O amor, esse sufoco, agora há pouco era muito, agora, apenas um sopro. Ah, troço de louco, corações trocando rosas, e socos."
Paulo Leminski

quarta-feira, 16 de maio de 2012



"You say that you love rain,
but you open your umbrella when it rains...
You say that you love the sun,
but you find a shadow spot when the sun shines...
You say that you love the wind,
But you close your windows when wind blows...
This is why I am afraid;
You say that you love me too"
Willian Shakespeare

O caminho é este, tem pedra, tem sol, tem bandido, mocinho, tem você amando, tem você sozinho, é só escolher ou vai, ou fica. Fui.
Martha Medeiros

segunda-feira, 14 de maio de 2012

"Mostre-se indiferente", ela pensou, mas já tinha aberto um sorriso. "Fora com ele!" Mas como, se era tão bom olhar para o seu rosto? Sorrateiro estava sobre seu ombro. Ele balançou sonolento o rabo quando a viu.
- Oi Meggie. Tudo bom? - Farid acariciava o pelo da marta.
Doze dias, durante doze dias ele não havia lhe dado nem um sinal de vida. E ela não havia decidido não lhe dizer uma única palavra quando o reencontrasse? Mas simplesmente não conseguia ficar chateada com ele. Ele ainda parecia triste. Nem sinal do riso que antes fizera parte do seu rosto, assim como os seus olhos negros. O sorriso que ele lhe dava agora era apenas uma triste sombra do que fora antes.
Cornelia Funke, Morte de tinta
Eu sou a canção que os pássaros cantam.
Eu sou a folha que transforma a terra.
Eu sou a maré que move a lua.
Eu sou a corrente que a areia detém.
Eu sou as nuvens que o vento leva.
Eu sou a terra que o sol ilumina.
Eu sou o fogo que golpeia a pedreira.
Eu sou o barro que dá forma a mão.
Eu sou a palavra que o homem pronuncia.
Charles Causley, I am the song
"- Já ouço,as palavras! - disse Cosme ao voltar para o seu trono. - Sabe, minha esposa ama as palavras escritas. Palavras que ficam grudadas no pergaminho como moscas mortas, dizem que o meu pai também era assim, mas quero ouvir palavras e não as ler! Pense nisso ao procurar as palavras certas: como soarão, isso é o que o senhor deve se perguntar! Contagiantes de paixão, sombrias de tristeza, doces de amor, assim é que deve ser. " Cosme para Fenóglio.
Cornelia Funke, Sangue de Tinta
Deem-me um pedaço de papel e um instrumento para escrever, e eu mudarei o mundo.
Friedrich Nietzsche
“Não consigo viver sem trabalho cerebral. Para que mais vale a pena viver? Fique aqui ao lado da janela. Já reparou em como este mundo é melancólico, sombrio e inútil? Veja como a neblina amarelada desce para as ruas e envolve as casas de cores mortais. O que poderia ser mais desesperadamente prosaico e material?” 
Sherlock Holmes

domingo, 13 de maio de 2012

— Você admite que faz isso de propósito?
— Isso?— Isso… Me provocar.
— Diga provocar de novo. Sua boca fica provocante quando você diz isso.
 Becca Fitzpatrick, Sussurro
Eu acredito que tudo acontece por uma razão. As pessoas mudam para que você possa aprender a viver sem elas, as coisas dão errado para que você possa apreciá-las quando elas dão certo. Você acredita numa mentira pra você aprender a não confiar em ninguém, além de você mesmo. E às vezes, as coisas boas desmoronam para coisas melhores acontecerem.


Marilyn Monroe

sábado, 12 de maio de 2012

"E ao lado estavam os pigmentos, cujos os nomes Mo sempre tinha que repetir. "Diga os nomes das cores mais uma vez!" Quantas vezes ela não o importunara com esse pedido, porque não conseguia se cansar da sua sonoridade: ouro-pigmento, azul de lápis-lazúli, violeta e verde malaquita. "Como elas ainda brilham tanto, Mo?", ela perguntara. "São tão velhas! Do que são feitas?" E Mo lhe explicara como eram produzidos todos aqueles pigmentos maravilhosos, que, mesmo depois de centenas de anos, ainda brilhavam como se tivessem sido roubados do arco-íris, porque as páginas do livro os protegiam da luz e do ar. Que, para o verde malaquita, maceravam-se as pétalas da íris selvagem e as misturavam ao óxido de chumbo amarelo, que o vermelho era feito de moluscos e piolhos... Quantas vezes não haviam olhado juntos as imagens num dos magníficos manuscritos que Mo precisara libertar da sujeira de muitos anos. "Veja só que gavinhas delicadas!", ele dizia então. "Você consegue imaginar quão finos os pincéis e as penas tinham que ser para pintar algo assim, Meggie?"."
Cornelia Funke, Sangue de Tinta
"Foi um dia memorável, pois operou grandes mudanças em mim. Mas isso se dá com qualquer vida. Imagine um dia especial na sua vida e pense como teria sido seu percurso sem ele. Faça uma pausa, você que está lendo, e pense na grande corrente de ferro, de ouro, de espinhos ou flores que jamais o teria prendido não fosse o encadeamento do primeiro elo em um dia memorável."
Charles Dickens, Grandes esperanças
One Day.
Para que servem os dias?
Dias são onde vivemos.
Eles vem, nos acordam
Um depois do outro.
Servem para a gente ser feliz:
Onde podemos viver senão neles?

Ah, resolver essa questão
Faz o padre e o médico
Em seus longos paletós
Perderem seu trabalho.

Philip Larkin, "Days"
One Day.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

- Não ligue para o Totó - disse Dorothy a seu novo amigo. - Ele não morde.
- Ah, não tenho medo - respondeu o Espantalho. - Ele não pode machucar a palha. Deixe que eu carrego o cesto pra você. Eu nunca me canso. Vou te contar um segredo - ele continuou conforme andavam. - Só tenho medo de uma coisa.
- De quê? - perguntou Dorothy. - Do fazendeiro Munchkin que fez você?
- Não - respondeu o Espantalho. - É de um fósforo aceso.

L. Frank Baum, O Mágico de OZ
"- Isso é verdade - disse o Espantalho. - Sabe, não me importo que minhas pernas, braços e corpo sejam recheados de palha, porque assim não me machuco. Se alguém pinica meu pé ou enfia um prego em mim, não importa, porque eu nem sinto. Mas não quero que me chamem de bobo, e se minha cabeça ficar recheada de palha em vez de cérebro, como a sua, como vou aprender alguma coisa na vida?"

L. Frank Baum, O Mágico de OZ
"O cavalheiro era um homem tímido. Compenetrado em seu dever frente à sociedade, e esforçando-se para ser agradável, adotara o sorriso como única linguagem. Contente ou descontente, ele sorria. Uma conversa íntima complicava sua vida vegetativa, pois era obrigado a procurar algo na imensidão de seu vazio interior."
Honoré de Balzac, Ilusões perdidas
"A muitos, ela parecia uma louca mansa, mas o observador mais atento perceberia que essas atitudes decorriam de um amor que não tem a quem amar."
Honoré de Balzac, Ilusões perdidas
"É certo que um pôr-do-sol é um grande poema, mas uma mulher não fica ridícula ao descrevê-lo com palavras grandiloquentes diante de pessoas de pé no chão? Sua conversa era carregada de superlativos, e os menores acontecimentos ganhavam proporção gigantesca. Seu espírito se inflamava como sua linguagem. Para ela, tudo era sublime, extraordinário, divino, maravilhoso. Entusiasmava-se com qualquer acontecimento, Invejava os heróis e as heroínas dos livros; tinha vontade de se tornar freira e morrer de febre amarela, em barcelona, cuidando dos doentes: seria um destino nobre! Tinha sede de tudo o que não fosse a água clara de sua vida. Adorava Bryron e Rousseau, todas as vidas poéticas e dramáticas. Tinha simpatia por Napoleão, mesmo derrotado, e se condoía com os tiranos do Egito, massacrados por Mohamed Ali. Endeusava as pessoas de gênio. "
 Honoré de Balzac, Ilusões perdidas

domingo, 1 de abril de 2012

É verdade

Desprezo tudo que provém de emoções fortes. Desprezo as lágrimas e nem mesmo as entendo. Desprezo a paixão, a analiso de forma fria como uma forma de suprir as necessidades dos seres fracos. Acredito no pensamento e na força que você retira deles, que o mundo precisa de menos melodramatismo e mais pensadores realistas, que o mundo está perdido no meio de tantas referencias a pares perfeitos e amores que se completam perfeitamente, que se mais escolhas fossem feitas sem levar em conta as emoções a maior parte já estaria resolvida e que tudo seria bem melhor. Acredito fielmente que sentir seja desperdício de tempo e acredito muito mais em primeiro de abril.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Entrando pelo cano.

É bem simples, você encontra o que a natureza chama de par ideal segundo as leis de defesa da entidade corpo,  alguém forte contra os malignos antígenos, isso provem de milênios de evolução e seu sistema de defesa procura um outro corpo carregado ricamente com um sistema diferente pra fazer os dois se aproximarem gerando assim um descendente forte que vai cair no mundo de desgraça e procurar a mesma coisa, UFA. Simples se você seguir o seu nariz num mundo sem perfume, acreditar fielmente no amor Darwiniano e se preocupar mais em perpetuar a espécie do que fazer o caminho inverso, perguntar mil coisas mal explicadas, dizer que não entende de novo, que é complicado, que há mil outras formas de dois seres se aproximarem e "AH MEU DEUS" o que estará pensando o outro ser nesse momento????? Parabéns ser humano idiota, graças a sua sagaz busca pelo conhecimento se perdeu nas linhas mais simples, e aqui estamos todos nós Homos Sapiens Sapiens perdendo noites de sono, desmatando pelo lencinho de cada depressão e o principal, criando músicas e filmes contando tudo que acontece com todo mundo (de triste, claro). O nome desse rolo todo é AMOR meu bem, puro e nada simples amor, ele te mata, te maltrata, te ignora, te cuida, te faz carinho, te beija e tudo ao mesmo tempo precisando de mais braços que a Shiva pra dar conta. Se você tem menos de 15 anos, pega a Barbie e vai la casar ela com o Ken, é tudo que tu precisa se preocupar agora, e se vier dizer "não corro mas atras" de novo, a coisa vai ficar séria criança besta. Agora ao outro patamar, (mas deixo aqui meu total desejo de me preocupar mais com os preparativos do casamento da Barbie), vou fazer uma pergunta: o que ninguém quer que acontece em um relacionamento? Levante a plaquinha de "terminar" e leva um tapa, um beijo pra quem pensou em "cair na rotina". Eu sei eu sei, brigar e trololol é um saco, ficar na dúvida é um martírio e vários afins, mas pensem se vocês já soubesse o que se passava na cabeça da pessoinha e vice-e-versa. O gostoso do amor é a surpresa, é o medo de perder, é o cuidado de um com o outro. Se isso não existe, não existe amor, chuta que é macumba e parte pra outra. Não passamos 21 séculos complicando tudo pra alguém chegar e dizer que podia ser mais fácil, deu trabalho deixar de conhecer a palma da mão. Um amor sem ciume é só gostar, um amor sem implicância é não dar mais tanta bola, e várias outras coisas. Se você tem a quem gostar aproveite cada fase do seu Mario World, afinal, no final ele sempre fica com o seu grande amor.
Au revoir

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O que faz você feliz?


O que faz você feliz? A lua, a praia, o mar, uma rua, passear, um doce, uma dança, um beijo ou goiabada com queijo? Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde, arroz com feijão, matar a saudade, o aumento, a casa, o carro que você sempre quis ou são os sonhos que fazem você feliz? Dormir na rede, matar a sede, ler ou viver um romance? Um lápis, uma letra, uma conversa boa, um cafuné, café com leite, rir a toa, um pássaro, um parque, um chafariz, ou será o choro que te faz feliz? A pausa pra pensar, sentir o vento, esquecer o tempo, o céu, o sol,  um som, a pessoa ou o lugar? Comer morango com a mão, por açúcar no abacate, brincar com o melão, goiaba, romã, jabuticaba, ou é o gostinho de infância que te faz feliz? Cuspir sementes de melancia, falar besteira, ficar sem fazer nada, plantar bananeira ou comer banana amassada, afinal o que faz você feliz?
Agora me diz, o que faz você feliz?  

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Antes de dizer bom dia

Não vá embora meu bem, fica aqui pertinho, tenho bolo e café se faz, aquele filme que tu gostas ta passando e nesse sofá tem espaço pra nós dois. Fique aqui meu bem que eu quero tirar uma foto tua com meus olhos, vou pendurar na parede da minha memória pra eu nunca esquecer qual a cara da felicidade. Vem pra fora meu bem, olha que céu mais lindo beijado de estrelas, olha que lua linda iluminando só nós dois. É nesse minuto que meu despertador grita uma música infernal e eu tomo meu café sozinha, onde nesse mundo se encontra você menino do sorriso bonito reservado pra mim? Alguém reservou alguém pra mim?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. 
Como quem não aposta. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Molha os pés na 
poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir.
 Sonha que é de graça. Não espere. Promessas, vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você 
as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos, se realizam, ou não
 Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só "

C.F.A