terça-feira, 19 de junho de 2012

É melhor conquistar a si mesmo
Do que vencer mil batalhas.
Então, a vitória é sua.
Livre do medo e apego,
Conheça a doce alegria do caminho.
O tolo ri da generosidade.
O avarento não pode entrar no céu.
Mas o mestre encontra alegria em dar
E a felicidade é a sua recompensa.
Seja rápido para fazer o bem
Se você é lento. Afasta-se do mal.
Antes que a tristeza recaia sobre você.
Defina o seu coração a fazer o bem.
Deixe de lado a raiva.
Deixe de lado o orgulho.
O sábio domina
Palavra, corpo e mente.
Siddhartha Gautam Buddha 

domingo, 17 de junho de 2012

Oração Celta.

Amanheço hoje
Com as forças do céu
A luz do sol
O esplendor do fogo
O resplendor das chamas
A velocidade do vento
A rapidez do raio
A firmeza da rocha
A estabilidade da terra
A profundidade do mar

Amanheço hoje
Pela força secreta e
Divina que me guia

Que assim seja
E que assim se faça.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

"You've got to find what you love. And that is as true for your work as it is for your lovers. Your work is going to fill a large part of you life, and the only way to be truly satisfied is to do what you believe is great work. And the only way to do great work is to love what you do. If you haven't found yet, keep looking. Don't settle. As with all matters of the heart, you'll know when you find it. And, like any great relationship, it just gets better and better as the years roll on. So keep looking until you find it. Don't settle."

Steve Jobs, Stanford Commencent Speech in 2005.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Carnaval.

"Ah, é só mais uma data comemorativa pro comércio lucrar..." Pode até ser, não discordo desse ponto de vista, olhando pelo lado que em todo o mundo o 'dia dos namorados' é comemorado em fevereiro e aqui, no nosso doce e indisciplinado Brasil, esta data foi movida para junho já que tem o carnavzzzZZZ... É, a bela desculpa, seguida da costumeira satisfação. Na minha humilde opinião, vocês deviam parar de ser um bando de invejosos. Se todo mundo tivesse um 'amor, 'mô', 'amorzinho', 'querido' e por ai vai, não estaria perdendo tempo em reclamar e sim indo aproveitar esse dia reservado pra cada casal comemorar a sua felicidade juntos. Tudo bem que as vezes eu confirmo que deixei meu lado romântico na placenta quando nasci, mas eu, até eu, não acho tão crime ter lá seus momentos de gato gago (mimimi, a propósito descobri uma pessoa que não sabia dessa), se você tem alguém com quem rir das coisas mais estúpidas, e o melhor, não se sentir estúpido, se joga mesmo. No dia da árvore muita gente se mobiliza em plantar uma mudinha, acho lindo. Um ano depois nessa mesma data eles vão lá e plantam outra. Mas nesse intervalo cada um teve que regar e cuidar da sua mudinha do ano anterior, um ano cuidando e ainda de pé. O dia dos namorados é um mísero dia pra se comemorar uma felicidade sem cálculo, você passa o ano cuidando e se equilibrando sobre sua inconstância e a do amado, hoje é o dia do break, passa a borracha pelo menos hoje, vai la e faça um mimo, e comemore do jeito mais nhe nhe nhe que tiver, só não caia na ladainha com a desculpa de não dar mais investimento ao comércio bla bla bla. SE AMEM MAIS GALERA.
Au revoir

segunda-feira, 11 de junho de 2012

‎"Nada acontece duas vezes da mesma maneira." 
Clive Staples Lewis, As Crônicas de Nárnia

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sim, minha amada,
Nosso mundo está sangrando
De mais dor do que somente a dor do amor.

Faiz Ahmend Faiz, O amor que um dia lhe dei
- Ó Belo Povo, isto é boa sorte além do que esperava - disse Pippin. Sam estava mudo. - Agradeço-lhe muito, Gildor Inglorion - disse Frodo, fazendo uma reverência. - Elen Síla Lúmenn' omentielvo, uma estrela brilha sobre a hora do nosso encontro - acrescentou ele, na língua dos Altos-elfos.

                                                                       J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel.
- Sinto muito - disse Frodo. - Mas estou com medo; e não sinto nenhuma pena de Gollum.
- Você não o viu - Gandalf interrompeu.
- Não vi e não quero ver - disse Frodo. - Não consigo entender você. Quer dizer que você e os elfos deixaram-no viver depois de todas as coisas horríveis que fez? Agora, de qualquer modo, ele é tão mau quanto um orc, e um inimigo. Merece a morte.
- Merece! Ouso dizer que sim. Muitos que vivem merecem a morte. E alguns que morrem merecem viver. Você pode dar-lhes vida? Então não seja ávido para julgar e condenar alguém a morte. Pois mesmo os muito sábios não conseguem ver os dois lados. Não tenho muita esperança de que Gollum possa se curar antes de morrer, mas existe uma chance. E ele está ligado ao destino do Anel. Meu coração me diz que ele tem ainda algum tipo de função a desempenhar,para o bem ou para o mal, antes do fim; e quando a hora chegar, a pena de Bilbo pode governar o destino de muitos - e o seu também. De qualquer forma não o matamos: está muito velho e infeliz. Os elfos da Floresta mantêm preso,mas o tratam com toda a gentileza que têm em seus sábios corações.

J.R.R. Tolkien, O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Uma história, um romance, um conto - essas coisas assemelham-se a seres vivos, e talvez o sejam de fato. Elas têm sua cabeça, suas pernas, sua circulação sanguínea e sua roupa, como pessoas de verdade

Erich Kästner, Emil e os detetives
Mo abriu o livro que estava em seu colo e começou a folhá-lo com o cenho franzido, como se procurasse em suas páginas o ouro que deveria extrair para Capricórnio.
- Cockerell, se alguém der um pio enquanto Língua Encantada estiver lendo, corte a língua do infeliz! - disse Capricórnio.
Cockerell tirou uma faca do cinto e olhou para a fileira de homens como se já procurasse a primeira vítima. Um silêncio sepulcral espalhou-se pela igreja pintada de vermelho, um silêncio tão grande que Meggie pensou ouvir Basta respirar atrás dela. Mas talvez fosse apenas seu próprio medo.
Os homens de Capricórnio, a jugar por seus rostos, também pareciam não estar se sentindo confortáveis na própria pele. Eles olhavam para Mo com um misto de hostilidade e temor. Meggie conseguia entender isso tranquilamente. Talvez fosse um deles o próximo a desaparecer no livro que Mo folheava tão indeciso. Será que Capricórnio havia lhes contado que isso podia acontecer? Será que ele próprio sabia? E se acontecesse o que Mo temia: que ela própria desaparecesse? Ou Elinor?
- Meggie! - ele sussurrou, como se tivesse ouvido seus pensamentos - Segure firme em mim, de algum jeito, está bem?
Meggie fez que sim e agarrou-se em seu pulôver com uma mão. Como se isso adiantasse!
- Acho que encontrei a passagem certa - disse Mo rompendo o silêncio.
Ele lançou um último olhar para Capricórnio, olhou mais uma vez para Elinor, deu um pigarro...e começou.

Tudo desapareceu. As paredes vermelhas da igreja, os rostos dos homens de Capricórnio e o próprio Capricórnio em sua cadeira. Havia apenas a voz de Mo e as imagens que as letras iam formando como um tapete num tear. Se fosse possível Meggie odiar Capricórnio ainda mais, ela teria odiado naquele momento. Afinal, ele era o único culpado pelo fato de Mo não ter lido para ela uma só vez em todos aqueles anos. Quantas coisas ele poderia tê-la feito ver com sua voz, que dava outro sabor a cada palavra e uma nova melodia a cada frase! O próprio Cockereell parecia ter se esquecido de sua faca e das línguas que deveria cortar, e escutava com atenção e de olhar ausente. Nariz Chato fitava o ar arrebatado, como se um navio pirata com as velas infladass viesse singrando diretamente por uma das janelas da igreja. Todos estavam calados.
Não se ouvia um som além da voz de Mo, que dava vida a letras e palavras.
Apenas uma pessoa parecia imune ao encanto. Com um ar inexpressivo, os olhos pálidos voltados para Mo, Capricórnio continuava sentado e esperava: pelo tilintar de moedas em meio aos sons harmoniosos das palavras, por pesados baús de madeira úmida, cheios de ouro e prata.
Mo não o fez esperar muito. Enquanto lia o que Jim Hawkins, o garoto que era só um pouco mais velho que Meggie, vira numa caverna escura durante suas terríveis aventuras, aconteceu:


Moedas de ouro, cunhadas com a efígie do rei George ou de um dos Luíses, dobrões, guinéus, moidores e cequins, as efíges de todos os reis da Europa no decorrer dos últimos cem anos, estranhas peças orientais, cujas inscrições pareciam um emaranhado de fios ou um pedaço de uma teia de aranha, moedas redondas, quadradas, moedas perfuradas no meio, como se houvessem sido usadas penduradas no pescoço - toda sorte de ouro cunhado parecia ter seu lugar naquela coleção, e eram tantas peças quantas as folhas do outono, de forma que tive dores nas costas de tanto que precisei me curvar, e meus dedos doíam de separá-las.


As criadas ainda estavam limpando as últimas migalhas das mesas quando de repente as moedas começaram a cair sobre a madeira lustrosa. As mulheres recuaram assustadas, soltaram os panos de limpeza e puseram as mãos na boca, enquanto as moedas pululavam aos seus pés, moedas douradas, prateadas, cor de cobre, repicavam no chão de pedra, amontoavam-se tilintantes sob bancos, mais e mais moedas. Algumas rolaram até o pé da escada. Os homens de Capricórnio levantaram-se sobressaltados, curvaram-se para pegar as pecinhas cintilantes que batiam em suas botas... e recolheram as mãos novamente. Nenhum deles ousou tocar no dinheiro enfeitiçado. Sim, o que era aquilo senão ouro feito de papel e tinta preta e do som de um voz humana?

Cornelia Funke, Coração de Tinta