terça-feira, 24 de julho de 2012

Ocupada em observar as atenções do sr. Bingley para com a irmã, Elizabeth nem de longe suspeitava que começava a se tornar objeto de algum interesse aos olhos do amigo de Bingley. A principio, o sr. Darcy mal quis admirar que ela fosse bonita; no baile, olhara para ela sem qualquer admiração e, quando se encontraram pela segunda vez, olhou-a apenas para criticar. Mas, mal havia declarado, a si mesmo e aos amigos, não haver um só traço de beleza no rosto da moça, começou a achar que a bela expressão dos olhos escuros dava a ela um ar de excepcional inteligência. A essa descoberta sucederam-se algumas outras igualmente embaraçosas. Embora houvesse detectado, com olhar crítico, mais de uma falha na perfeita simetria de suas formas de moça, era forçado a admitir que sua silhueta era graciosa e agradável e, a despeito de ter declarado que suas maneiras não eram as de uma pessoa refinada, sentia-se atraído pela jovialidade de Elizabeth. De tudo isso ela não fazia ideia; para ela, ele era apenas o homem que não fazia questão de ser agradável e que não a considera atraente o bastante para ser tirada para dançar.

Jane Austen, Orgulho e Preconceito

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