quinta-feira, 10 de maio de 2012

"É certo que um pôr-do-sol é um grande poema, mas uma mulher não fica ridícula ao descrevê-lo com palavras grandiloquentes diante de pessoas de pé no chão? Sua conversa era carregada de superlativos, e os menores acontecimentos ganhavam proporção gigantesca. Seu espírito se inflamava como sua linguagem. Para ela, tudo era sublime, extraordinário, divino, maravilhoso. Entusiasmava-se com qualquer acontecimento, Invejava os heróis e as heroínas dos livros; tinha vontade de se tornar freira e morrer de febre amarela, em barcelona, cuidando dos doentes: seria um destino nobre! Tinha sede de tudo o que não fosse a água clara de sua vida. Adorava Bryron e Rousseau, todas as vidas poéticas e dramáticas. Tinha simpatia por Napoleão, mesmo derrotado, e se condoía com os tiranos do Egito, massacrados por Mohamed Ali. Endeusava as pessoas de gênio. "
 Honoré de Balzac, Ilusões perdidas

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